Becket, o favorito do rei

Na Inglaterra medieval, houve um homem que se destacou como um dos conselheiros mais importantes do rei. Ele era tão estimado pelo rei que se tornou conhecido como o favorito do rei. Esse homem era Thomas Becket, nascido em Londres em 1118 e morto em 1170.

Becket e o rei se conheceram ainda jovens, quando frequentavam a mesma escola. O rei, então príncipe, ficou impressionado com o intelecto e a personalidade de Becket e logo se tornaram amigos. Eles caçavam juntos, bebiam juntos e se divertiam juntos, consolidando uma amizade que duraria por muitos anos.

Quando o rei Henrique II se tornou o monarca da Inglaterra em 1154, ele nomeou Becket como chanceler, um dos cargos mais altos do governo. Durante os anos seguintes, a amizade entre Becket e Henrique cresceu ainda mais forte, e Becket tornou-se o confidente mais próximo do rei. Ele aconselhava o rei em questões políticas, judiciais e religiosas.

No entanto, as coisas começaram a mudar quando o arcebispo da Cantuária, líder da Igreja na Inglaterra, morreu em 1162. Henrique decidiu nomear Becket como arcebispo, acreditando que isso o tornaria ainda mais poderoso e o ajudaria nos seus planos políticos. No entanto, Becket rapidamente percebeu que, como arcebispo, ele teria obrigações religiosas que entrariam em conflito com os desejos do rei.

Uma das primeiras coisas que Becket fez como arcebispo foi renunciar ao cargo de chanceler, sinalizando sua intenção de se concentrar nas suas novas responsabilidades religiosas. Ele começou a se opor às políticas do rei em assuntos religiosos, o que levou a conflitos e desentendimentos. Becket ficou famoso por ser inflexível em relação aos seus princípios.

Assim, o relacionamento entre Becket e Henrique começou a se deteriorar. Em 1164, Henrique introduziu leis conhecidas como Constituições de Clarendon, que afirmavam o poder do Estado sobre a Igreja. Becket recusou-se a concordar com essas leis, aumentando ainda mais a tensão entre ele e o rei.

A situação piorou quando Becket se exilou na França por seis anos, após uma disputa com os nobres ingleses que eram contra ele. Quando ele finalmente voltou à Inglaterra em 1170, a situação ficou ainda mais tensa. Poucos meses depois, enquanto realizava a missa, homens leais ao rei entraram na catedral da Cantuária e assassinaram Becket.

A traição e o assassinato de Becket chocaram a Inglaterra e causaram um grande impacto no poder do rei. Revoltas populares e o excomungamento do rei pela Igreja foram algumas das suas consequências. Becket acabou canonizado como santo pela Igreja Católica.

Em resumo, a história de Becket e do seu relacionamento com o rei Henrique II é uma história de amizade, poder, conflito e tragédia. Embora o favorito do rei tenha sido morto pela lealdade que dedicou à Igreja, a sua memória vive e inspira muitas pessoas, como um símbolo da luta pela justiça e pelo direito de expressar seus valores e crenças.